A corrente safra 2010/2011 está sendo recorde de produção no estado, praticamente todas as culturas de grãos foram recordes. Porém o grande diferencial deste ano e que ajudou muito os produtores foi a alta das commodities que atingiram patamares de preços históricos e algumas até mesmo dobraram de preço em relação a safra anterior. Se movimento de preços ajudou bastante os produtores do estado que a pouco sofriam com estiagens, baixos preços e custo alto dos fertilizantes. A demanda por alimentos aumenta e este tem sido o principal fator da inflação que assusta governo e boa parte da população brasileira. Excelente, ano de boa produtividade, bons preços e agora, vindo a colheita, como será 2012, será que as commodities terão força para manter-se nestes níveis? Será que o fatores climáticos não poderão influenciar? Será que o alto custo dos fertilizantes não poderá impactar na margem caso os preços não se mantenham? Não devo aproveitar os bons preços e garantir preços mínimos de venda? Todas essas incertezas habitam a cabeça daquele que tem sua renda oriunda do campo. O bom momento das commodities dá a oportunidade garantir preços em um cenário de alta, pois este é o momento ideal. Grande parte dos produtores acompanha as cotações no mercado futuro e pensa que gostaria de saber mais e utilizar as ferramentas disponíveis, porém sempre desconfiam que seja um ambiente de especulação. Realmente existem muitos especuladores nos mercados futuros de commodities, que bom, pois sem eles nada funciona, eles são quem dão contraparte para produtores, tradings e etc. A BM&F já criou diversos contratos que não vingaram, pois não se tornaram atrativos para os especuladores, então acaba que nem produtores nem especuladores utilizam e acaba caindo no esquecimento. Os mercados futuros têm como principal intuíto ser ferramenta para produtores e demais envolvidos na cadeia produtiva de determinada commodities eliminarem o risco da oscilação de preços, o inicio desta história ocorreu em meados de 1890 com a criação da bolsa de Chicago CBOT, principal bolsa de futuros do mundo, pois os produtores sofriam muito com as oscilações de preço, alta na entressafra e queda na safra, então criou-se a bolsa como ferramenta de auxilio aos produtores e esta é a principal funcionalidade das principais bolsas de futuros do mundo. Existem diversas possibilidades a serem exploradas pelos produtores na bolsa, lembrando que devem utilizar a mesma para fins de proteção e não especulação, pois muito acabam desviando o foco por acreditarem ter um conhecimento sobre o mercado físico melhor que os demais e tentam obter ganhos especulativos, o que pode algumas vezes levar a prejuízos financeiros. Por maiores que sejam as possibilidades nos mercado futuros, uma das melhores alternativas para os produtores é a OPÇÃO DE VENDA, que limita os prejuízos e garante ganhos com a alta da commodity, veja como funciona:
Opção de Venda – ferramenta bastante semelhante ao seguro de um carro, onde você paga um prêmio anual (percentual do veículo) para garantir que em qualquer acidente seu veiculo esteja assegurado, mas para isto desembolsa o valor do prêmio. A opção de venda no mercado futuro é praticamente igual, você paga um prêmio (de 3% a 10%) do valor da saca, onde você tem o vencimento futuro e o valor de exercício, que nada mais é, que o preço que você está garantindo. Exemplo: Paga o prêmio de R$ 2,00 para garantir o preço de venda do milho setembro de 2011, ressaltando que você pode exercer seu direito a qualquer momento, a R$ 29,00. Resumidamente paga R$ 2,00 para garantir um preço MINIMO de venda a R$ 29,00, sendo assim vamos imaginar como funcionaria em cenário de alta e cenário de baixa.
Cenário de Alta:
Comprou o “seguro” a R$ 2,00, garantindo um preço mínimo de venda a R$ 29,00 até setembro de 2011. Imaginamos que em Setembro os preços estejam R$ 32,00, o produtor não exerce seu direito de venda na bolsa a R$ 29,00 e ganha com a alta no mercado físico, pois venderá mais cara sua produção. Lembrando que o mercado futuro é apenas financeiro e o produtor negocia sua produção normalmente no mercado físico.
Resumo da Operação:
Capital Investido: R$ 2,00/saca – Valor do Prêmio
Ganho Financeiro: R$ 3,00/saca (-R$2,00 investido) com a alta no mercado físico.
Capital como margem de garantia – essa modalidade não exige garantia ao contrário do hedge com contrato futuro.
Capital para ajuste diário – essa modalidade não exige ajuste diário, mesmo com a alta do mercado o prejuízo é limitado no custo da opção de venda, neste caso R$ 2,00.
Cenário de Baixa:
Comprou o “seguro” a R$ 2,00, garantindo um preço mínimo de venda a R$ 29,00 até setembro de 2011. Imaginamos que em Setembro os preços estejam R$ 22,00, o produtor exerce seu direito de venda na bolsa a R$ 29,00 e recebe crédito em sua conta de R$ 7,00/saca garantindo o preço mínimo de R$ 29,00.
Resumo da Operação:
Capital Investido: R$ 2,00/saca – Valor do Prêmio
Ganho Financeiro: R$ 7,00/saca porém perde no físico, garantiu o preço de R$ 29,00 – R$ 2,00( valor prêmio)= R$ 27,00/saca.
Capital como margem de garantia – essa modalidade não exige garantia ao contrário do hedge com contrato futuro.
Capital para ajuste diário – R$ 0,00 essa modalidade não exige ajuste diário, mesmo com a alta do mercado o prejuízo é limitado no custo da opção de venda, neste caso R$ 2,00.
Os preço de referência para mercado futuro são da praça de Campinas SP, então deve-se levar em consideração a diferença de base para tomada de decisão. Essa modalidade de proteção é mais simples e que não gera transtornos para os produtores, pois garante seu preço mínimo, “prejuízo” limitado e ganho ilimitado com a alta da commodity.
É bom já começarmos a pensar na próxima safra e se precaver para não ter surpresas, pois o custo de produção estão alto também e caso os preços não se sustentem os produtores podem se ver mal em 2012.
Leandro Martini Paz
TBCS Investimentos
Votorantim Corretora
Fonte: Leandro Martini Paz
http://www.noticiasagricolas.com.br/artigos/artigos-principais/90248-produtores-como-realmente-proteger-precos-e-garantir-lucrosr.html
ResponderExcluir