A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu – ABCZ – ainda não se manifestou oficialmente sobre as decisões aprovadas na reunião do Conselho Técnico da entidade a serem submetidas ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA – para homologação.
De praxe todas as decisões aprovadas pelo Conselho Técnico da ABCZ são homologadas pelo Ministério. Com isso, o avanço da ABCZ na restauração do padrão racial de origem na raça Gir tem sua continuidade.
Não concordo com a leitura de determinados Técnicos que essas “pequenas” alterações no padrão de origem racial estão enquadradas no que denominam de “evolução da raça Gir”. Nada disso! Foram abertas concessões no Serviço Genealógico das Raças Zebuínas no que se refere ao padrão racial de origem até que as distorções chegaram ao ápice. Ou se tomava uma posição em relação a essas concessões, ou a raça acabaria totalmente descaracterizada racialmente.
Ultimamente nos leilões e julgamentos já se referia ao “padrão racial gir leiteiro” como houvesse outra raça Gir no Brasil. As ações da ASSOGIR junto ao Conselho Técnico da ABCZ foi uma identificação com a luta de antanho: preservar o padrão da raça. Com isso, caminha para restaurar também sua identidade de guardiã da raça no Brasil. Todavia, isso não significa que os criadores ligados à ASSOGIR irão desprezar a funcionalidade leiteira da raça, com o valor carne agregado.
Muito sensata a posição do presidente da ABCGIL, doutor Silvio Queiroz, “não houve nem vendidos nem vencedores” no embate diante das propostas levadas a efeito no Conselho Técnico. O mesmo pode-se dizer do presidente da ASSOGIR, José Sab Neto, “a maioria dos criadores sérios de gir leiteiro está preocupada com o padrão da raça e a cada ano a qualidade do gir leiteiro bem melhorando, o que não podemos permitir é que a seleção de gir no país tenha como único foco a funcionalidade para a produção de leite esquecendo-se os padrões da raça”.
Prevaleceu a sensatez, com ela a vitória de uma raça que cresce vertiginosamente na pecuária brasileira, e com relação à ASSOGIR, voltou a ser a guardiã na raça no Brasil.
Entendo que, embora a ABCZ detenha o registro das raças zebuínas no Brasil, é papel da associação promotora específica da raça fiscalizar suas ações, notadamente, de seus técnicos de campo. Isto não significa ingerência do presidente da ASSOGIR junto ao Serviço de Registro Genealógico, e sim defesa da raça em conformidade com seu Estatuto Social de fundação e os anseios manifestos por criadores e pela atual diretoria da ABCZ.
Luiz Humberto Carrião
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