sexta-feira, 29 de julho de 2011

FERTILIZAÇÃO IN VITRO

Artigo do Dr. Carlos Eduardo Gomez Martin:


A Fertilização in Vitro (FIV) é uma biotecnologia onde todos os processos fisiológicos: maturação folicular, fertilização e desenvolvimento embrionário são obtidos em laboratório (in vitro), fora do útero animal, ao contrário da clássica Transferência de Embriões (TE).
O primeiro terneiro resultante desta técnica nasceu em junho de 1981 nos EUA – Bracckett et al (1982). A produção de embriões in vitro (PIV) começa com a aspiração dos ovários das doadoras para coleta de ovócitos (óvulos imaturos aspirados com auxilio do aparelho de ultrasonografia). A coleta pode ser feita em animais de diferentes idades: pré-púberes (10 meses), púberes, adultos e senis; e nas mais diversas condições reprodutivas tais como: animais gestantes (até o 4° meses de gestação), animais com problemas reprodutivos adquiridos, fêmeas que não respondem aos processos normais de superovulação e etc. Em casos de morte súbita e ou sacrifício às fêmeas de alto valor zootécnico, poderão ter seus os ovários, imediatamente após a morte, retirados e enviados ao laboratório para que o processo de PIV seja iniciado com o objetivo de em uma última tentativa conseguir embriões e prenhes desta fêmea.
Posteriormente a coleta dos ovócitos estes passarão por um processos denominado de, maturação in vitro (MIV) seguidos pela fertilização in vitro 24h depois da punção dos foliculos (inseminação FIV) e depois cultivados por 7 dias em ambiente controlado de temperatura, umidade e quantidade de CO2 (estufas). Os embriões obtidos são classificados de acordo com a IETS (sociedade internacional de transferência de embriões) e os viáveis (aptos a produzirem uma prenhes) transferidos às receptoras.
Esta técnica permite ainda a obtenção de um grande avanço genético, através da coleta em animais pré-púberes, pela diminuição do intervalo entre gerações e ou pela rapidez na produção de descendentes. De uma mesma doadora poderão ser coletados em média 10 ovócitos por seção, onde 8 deles serão maturados, fertilizados e cultivados in vitro atingindo assim, aos 7 dias, o estágio próprio para a transferência. Neste momento ele é transferido a uma receptora previamente sincronizada obtendo-se então uma prenhes por vaca a cada seção também confirmada com o ultra-som aos 30 e 45 dias de gestação. As seções de punção podem ser repetidas a cada quinze dias, sem causar dano algum a fêmea doadora. A técnica permite o uso de uma única dose de sêmen para varias doadoras e não faz uso de hormônios (superovulação). Alguns animais podem produzir mais embriões/punção e por conseqüência mais prenhes por seção de punção. A cada dez embriões transferidos para as receptoras (barriga de aluguel), 40% vão levar a gestação a termo.

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